quarta-feira, 21 de novembro de 2012

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Marcha das Vadias Cwb 2012


 esse momento da minha vida vale uma resenha... mas eu sou o (a)cúmulo da preguiça, então o tempo passou e je n'ai pas écrit rien. férias de julho de 2012... depois de uma viagem bem agradável pra porto alegre, estreitando vínculos e tornando conhecidos e amigos distantes em amigos, outra viagem, pra curitiba. marcha das vadias, na qual a energia da causa me tomou de uma forma que me levou a, também, mostrar os peitos pela igualdade e contra o machismo e a violência! empoderamento, apropriação do corpo, auto-aceitação e respeito, força, liberdade, luta... são algumas palavras limitadas que ajudam a descrever um pouco do que senti. quem me conhece sabe como sou pudica, não andando nem com os joelhos aparecendo, nem mesmo no verão... a relevância que creio incontestável dessa marcha e suas pautas me deixaram muito confortável na minha própria pele e nudez. eu, que sou tão pequena, me senti gigante gritando contra o machismo no meio daquelas mais de 5 mil pessoas, por algumas das ruas mais movimentadas da cidade. e, enquanto isso, segue a organização da nossa, dia 11...
na seqüência, congresso de educação e cultura pela integração da américa latina (cepial). participei por 4 dias de um curso de ecofeminismo. ♥ então eu, que nunca nem me vi como feminista, me entendi, instantaneamente, como ecofeminista! isso fez sentido de uma forma tão completa, como há muito nada fazia. o curso foi uma vivência tão profunda e alteradora de paradigmas, lançando luz em conexões que eu ainda não havia feito...
essas férias caminharam na direção do que venho sentindo há já um certo tempo, me colocando ainda mais em um estado de gratidão pelas experiências que a vida tem me proporcionado. não que tenha acontecido alguma mudança revolucionária na minha vida. mas me sinto mais completa, mais viva, mais real...
me sinto grata pelas coisas que têm entrado, saído ou, especialmente, permanecido em minha vida. no começo deste ano, tornei-me vegana. entrei para um grupo de ativistas pelo abolicionismo animal. organizei o XXI encontro regional de estudantes de psicologia do sul. estou dando conta, satisfatoriamente, de 3 estágios no meu último ano de psicologia. estou organizando a I marcha das vadias de pg. estou solteira pela primeira vez em 7 anos e mantendo relacionamentos maduros, saudáveis e sinceros com quase todas as pessoas da minha vida, incluindo a minha mãe (coisa que nunca imaginei que aconteceria!). perdi algumas boas oportunidades, especialmente algumas de aprender a encarar, respeitar, entender e integrar as minhas dores, optando algumas vezes pela fuga (geralmente, na minha cama...). mas 1x por semana tem a terapia, com a terapeuta mais fodona que o mundo poderia me proporcionar, e aí eu preciso me tornar dona da minha vida, das minhas escolhas e desejos... e assim vou ficando cada vez mais rica e completa, sendo cada vez mais agradável viver na minha própria pele... eu tenho sorte, muita sorte mesmo, e, creio, muitos pontos kármicos. entre tantas possibilidades de existência, eu sou aqui e agora, dedicando minha vida a um mundo mais respeitoso, igual e livre para todos os seres. e as dores, incertezas, inseguranças, incompreensões, solidões, ansiedades, faltas, desencontros, e afins também têm sua beleza agridoce, me mantendo viva, às vezes no inferno, às vezes no mundo real... estou aqui, literalmente de peito aberto, para que seja tudo o que pode ser. e o que não pode ser, também é.

Breakin' down

What was it you once said
That there would be things in life that couldn't be...
Not for a second did I believe you, Not for a minute did I believe that

Within your need, you lie alone
This empty space you call your home

If you just let me in
I wouldn't let you break down
'Cause I'm breakin' down

As if you thought the rain could wash away the day
And could heal you
Not for a second did I believe it, Not for a minute did I believe that

Within your need, you lie alone
This empty space you call your home

If you just let me in
I wouldn't let you break down
'Cause I'm breakin' down

terça-feira, 3 de julho de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

s2s2s2s2

então... hj é aniversário de uma pessoa muito importante pra mim. é até difícil escrever qualquer coisa sobre esse cara, que tem acesso direto à minha alma e vai ser, no que depender de mim, trilha sonora até da minha morte. forte militante pelo vegetarianismo e direitos animais (ainda podia ser vegano, né??), geminiano com lua em escorpião, usa sua voz e suas palavras pra cantar sobre as profundidades mais depressivas da alma humana... as letras dele se encaixam perfeitamente nos momentos mais importantes e desoladores da minha vida e narram muitas das histórias que vivi. não saio mais na rua sem a companhia da voz dele, que é tbm toque do meu celular, rs... amo muito, muito mesmo.
além de tudo isso, essa data marca uma coisa importante, o que o torna ainda mais relevante pra mim...
segue uma música que dói, dói muito. e que tem uma das minhas melodias preferidas! essa escalinha de guitarra é matadora!! vida longa ao morrissey!

 

terça-feira, 1 de maio de 2012

A morte senta na cadeira à minha frente e observa


Despida de minha mocidade, assisti à decrepitude chegar. Levou-me as vistas, levou-me a feição, levou-me os anos. Levou-me as vestes, levou-me os sonhos, levou-me as lembranças. Restaram o silêncio, as rugas e a frígida insônia invernal. A chama trepidante espalha seus raios finais. No jazigo carcomido, repouso e ressono, com o canto distante dos pássaros que desconhecem o vazio de não deixar de existir.

domingo, 29 de abril de 2012


Criatura abortada, morta em seu vir-a-ser

A noiva abandonada no altar
O buquê de pequenas rosas apodreceu
O terno risca-de-giz do noivo mofou
O feto permanece imerso em seu berço de formol
esperando o sopro divino, raio de vida que lhe abrirá os olhos
para um mundo que nunca viu.

Pequena aberração
tão desejada pelos pais
rejeitada por deus e pelo diabo.
Quando a noite é silenciosa,
posso ouvir seu coração titubear.

O túmulo putrefato da existência é o útero que se faz seu ninho
O aroma agridoce da podridão anuncia
que sua hora está chegando...
Você já pode ver a luz?
Seu pai irá voltar.


...


E agora, José?
O buquê secou
O noivo morreu
A noiva ficou esquecida
O feto não nasceu
A vida prosseguiu
Mas não para eles
O mundo continuou a girar.
Rosas e escombros.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mas que bobagem... As rosas não falam...

« Ela me perfumava e me iluminava...
Não devia jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis.
São tão contraditórias as flores!
Mas eu era jovem demais para saber amar ».
Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 12 de abril de 2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Perséfone Alice no país das más ervilhas de uva...

Aqui sentada, consigo ver seus dentes flutuando em minha frente... Um sorriso que não sorri. Que mais esconde do que revela... Dizem que quando você não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho o levará lá. Mas eu sinto que é o contrário... Que nenhum caminho nos leva a lugar nenhum. Que nenhum caminho nos leva lá onde nós estamos... E então nós ficamos aqui, neste suspenso, uma garota boba e um gato que sorri sem se mostrar...  No fim das contas, eu devo estar correndo atrás do coelho branco que vai me levar pro meu próprio julgamento. Cortem-lhe a cabeça! Antes tarde do que nunca... E vamos pintando assim, as rosas cor de carmim, porque é o que temos para hoje.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Contos

Uma série de minicontos experimentais e não-pretensiosos, rs...

O ofício
Pegou seu bloco e começou a escrever. Decidira tentar mais uma vez com os contos. É a história de um casal. Cena corriqueira: ela secando os cabelos e ele irritado pois não consegue ouvir o futebol na tv. Discutem. Enquanto escreve, sente-se feliz consigo mesma: "é uma história comum, muitos vão se identificar". Continua escrevendo o diálogo do casal. "As falas estão bem plausíveis", pensa. A história continua, mas o contentamento diminui. "O que quero dizer com isso tudo?" As linhas se seguem, mas o diálogo não chega a lugar algum. Pensa em arrancar as folhas e começar outra história, mas não consegue: sua mão está escrevendo sozinha. A discussão segue interminavelmente. Não há mais argumentos mas os personagens continuam a discutir, e a caneta a escrever. Tenta levantar da cadeira, gritar, empurrar o papel... Tudo em vão. As horas passam. Tornou-se prisioneira das letras. A história prossegue.

Férias
Ela: amor, a gente podia viajar nestas férias, né?
Ele: claro, linda. Você está a fim de ir a algum lugar?
Ela: a gente podia visitar aquele seu amigo, né?
Ele: quem, o Val?
Ela: não, aquele outro.
Ele: quem, o Dodô?
Ela: não, aquele outro.
Ele: quem, o Nardinho?
Ela: não, aquele outro.
Ele: quem?
Ela: aquele lá... que você sempre conta aquelas histórias...
Ele: quem, o Elton?
Ela: isso!
Ele: você quer ir visitar o Elton?
Ela: é, você sempre fala dele. A gente podia ir visitá-lo, né?
Ele: o Elton? Aquele que tem uma mansão em uma praia privativa no Nordeste, que eu não vejo há dois anos, que é um dos melhores amigos da minha ex-namorada, com quem fiquei por sete anos, noivei e que terminou comigo há seis meses, sendo que você sabe tudo isso e a gente só está junto há dois meses? Esse Elton?
Ela: onde é mesmo que o Dodô mora?
Baseado em fatos semi-reais relatados por pessoas semi-reais.

Ofício
Os personagens discutem há três dias. Ela já não come, não dorme e não vai ao banheiro: sua mão está presa à caneta e a caneta ao papel. Seu corpo não tem mais forças. Decide acabar com tudo. O personagem saca uma arma e atira à queima roupa na cara da mulher. Antes que o corpo dela chegue ao chão, ele atira contra a própria cabeça. A escritora enfia a caneta em sua jugular e assiste contentemente ao sangue derretendo as páginas daquela história que ela odiou ter escrito.

Visita
Foi passar um fim de semana na casa do tio. Enquanto termina de se enxugar no banheiro, ouve a voz de alguém falando sozinho. Aproxima o ouvido à porta. Seria possível que o tio estivesse rezando? Ali, bem na passagem entre o banheiro e o quarto de visitas? Imagina-se fazendo aquele trajeto correndo, enrolado na toalha. O constrangimento toma conta. E se o tio o interpelasse, convidando-o a se juntar na oração? Inaceitável. Os minutos passam e a voz continua. Crendo que a reza do tio só teria fim com sua presença, não agüenta a pressão: pula a janela e vai embora, começar vida nova em algum lugar distante daquilo tudo.

Lexicofilia
Cresceu ouvindo que seria escritora. Colecionava dicionários, amava as palavras. O que ninguém sabia é que era incapaz de escrever. Como escolher uma palavra em detrimento de uma infinidade de sinônimos? Era lexicamente poligâmica.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Strangelove



Estranho amor, estranhos altos e estranhos baixos
Estranho amor, é assim que é o meu amor
Estranho amor, você o dará pra mim?
Você aceitará a dor? Eu o darei pra você
De novo e de novo, e você vai devolvê-lo?

Haverá vezes em que meus crimes
Parecerão quase imperdoáveis
Eu sucumbo ao pecado
Porque você tem que fazer esta vida "vivível"
Mas quando você achar que eu já tive o suficiente
Do seu mar de amor
Eu vou querer mais de um rio cheio disso
Sim, e eu vou fazer tudo valer a pena
Vou fazer seu coração sorrir

Estranho amor, estranhos altos e estranhos baixos
Estranho amor, é assim o meu amor
Estranho amor, você o dará pra mim?
Você aceitará a dor? Eu o darei pra você
De novo e de novo, e você vai devolvê-lo?

Haverá dias em que vou andar a esmo
Eu posso parecer estar constantemente fora de alcance
Eu sucumbo ao pecado
Porque gosto de praticar o que eu prego
Não estou tentando dizer que terei tudo do meu jeito
Estou sempre disposta a aprender
quando você tiver algo a ensinar
E eu farei tudo valer a pena
Farei seu coração sorrir

Dor, você vai devolver?
Vou dizer novamente - dor (3x)
Dor, você vai devolver?
Não vou dizer novamente

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Does the body rule the mind or does the mind rules the body? I know

Isso é bom demais pra ser relegado às brumas do meu cérebro, por isso vem pra registro.

‎"Ambos [Nietzsche e Espinosa] tomam o conhecimento como o mais potente dos afetos. O conhecimento ser visto como um afeto é algo completamente diferente da tradição filosófica. E é dito como sendo o afeto mais potente. O conhecimento, neste caso, tanto para Nietzsche quanto para Espinosa, é o conhecimento não só da realidade como dos próprios afetos. Se conhecemos a maneira como somos afetados, como funcionamos - nossas reações e motivações afetivas -, esse conhecimento é o que mais tem poder sobre os nossos afetos e, portanto, sobre as nossas ações. A tradição filosófica sempre buscou uma verdade a priori, ou seja, uma verdade em si ou formalmente verdadeira. Tanto Espinosa, no século XVII, quanto Nietzsche, no século XIX, tentam mostrar que uma verdade formal não existe. Segundo eles, nós só existimos no mundo sensível, na realidade, então a verdade consiste em conhecer esse mundo no qual a gente se insere e não conhecer uma verdade que seja formalmente impassível ou imutável."

...

"FILOSOFIA: Mas o homem seria livre para decidir contra os afetos?

Martins: Isso é o que a gente faz o tempo todo, não é? Vamos pensar em exemplos concretos: a pessoa quer parar de fumar e não consegue, quer emagrecer e não consegue, quer ser só bonzinho e não consegue. Por quê? Porque ela está na ficção do livre-arbítrio. Em outros termos, Espinosa diz que achamos que a vontade é livre, mas a vontade não é livre. Ela depende do corpo. Vivemos em uma cultura que se autoengana e, neste sentido, a história da Filosofia inteira está errada. Como se fosse possível, eficaz ou vantajoso tomar decisões contrárias ao nosso corpo e aos nossos afetos. Ou, para usar um termo de Espinosa, que é também um termo da Psicanálise, contrário ao nosso desejo."

...

"Por mais que se acredite e se iluda de que a vontade é livre, a pessoa não vai conseguir ir contra si mesma. E aí vai gerar o quê? Já misturando com a Psicanálise: vai gerar neurose, depressão, a pessoa vai entrar em crise. Não só em respeito à sexualidade como diversas outras coisas. Se estou sem fazer nada em que me sinta realizado, me expandindo, vou ficar deprimido, abatido. Não adianta uma pessoa que está com uma vida infeliz pensar que precisa ter força de vontade. E aí vêm todos os jargões, tanto da religião quanto da autoajuda, quanto da neurolinguística, de ficar repetindo "eu vou aguentar, eu vou aguentar". Você não está tendo o conhecimento como o mais potente dos afetos. Não está tentando entender o que em você faz que esteja infeliz e o que em você lhe motivaria, lhe deixaria mais realizado."


Tlimtlimtlim! Acabei de descobrir a palavra-tema da semana: congruência! Eu já estava há algumas semanas pensando sobre minha relação mente-corpo, que tem preponderância do segundo. E desde que tenho atuado ativamente rumo ao veganismo, tenho sentido que minha mente e meu corpo estão se relacionando mais harmonicamente... Ontem à noite eu pensava mais fortemente nesse tema, lutar contra o corpo, contra o que o corpo deseja, e o tanto que isso é risível e infrutífero. Então, lendo essa entrevista hoje, a sincronicidade fez seu trabalho e eu entendi o tema sobre o qual que devo filosofar esta semana, rs...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

And I would like to give you what I think you're asking for...

eu só queria ter podido dar um beijo de feliz aniversário no meu menino de cabelo roxo... ='(