terça-feira, 31 de maio de 2011


neste momento, não interessa o que eu escrevesse. ninguém seria capaz de entender. cada pessoa simplesmente vai pro seu canto. e bem, eu suponho, eu também sou uma pessoa. eu estou tomando remédios de tarja preta, benzodiazepínicos, pra dormir, e não estou com um pingo de sono. acho que esse fármaco só está tendo ação ansiolítica, e não hipnótica, porque eu me sinto calma e tranqüila fisicamente. e por dentro, um vazio que chega a fazer eco. uma dor tão forte e silenciosa. acho que tem um cemitério inteiro dentro do meu peito. e aí me volta o arquétipo da perséfone.... onde eu toco vira inverno. toda planta que começar a florir, vai murchar. metade do ano andando sobre a terra, metade de volta ao mundo dos mortos. mas não agüento passar pra frente o karma do que fizeram comigo! faço lutos por coisas que não foram, talvez nem nunca fossem. but in my heart, it was so real, and you even spoke to me and said... eu sinto todas as dores, que sequer são minhas. talvez por isso minhas tripas calem. acho que não sei falar. talvez minha neurose com as palavras, letras, vírgulas, seja para mascarar o fato de que eu simplesmente sou incapaz de me comunicar. the most inept that ever slept... e eu que achei que as entrelinhas seriam capazes de nos salvar. love will tear us apart. again.

what do we get for our trouble and pain? i need advice...


Actually, I mean...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Angústias de insônia, pré respostas de cabeça no travesseiro

Post de 2012, editado por engano e republicado hoje. Désolée. =/

Eu e minhas tantas angústias... Fiquei pensando muito, desde sábado, na questão do antropólogo/sociólogo Marcel Mauss e a dádiva. Nascer é contrair uma dívida, que nós passamos o resto da vida tentando pagar. Quando nós bloqueamos a circulação da dádiva é que adoecemos. Eu tenho uma relação fortíssima com temas de adoecimento e subserviência, devido ao meu stellium na casa 6. Eu sei já faz um bom tempo que não nasci pra viver pra mim, e sim pra algo maior. Crescendo numa família católica, tendo feito catequese e tudo mais, achei que meu chamamento era religioso. Pensei, mesmo, em ser freira. Foi só ficar um pouco mais velha, dando razão ao Piaget com seu Operatório Formal, que comecei a questionar algumas coisas. Eventualmente, percebi que o Catolicismo e o Cristianismo eram uma gigantesca bobagem. Avançando uns anos na história, deixei também de ser wiccan quando o punk entrou na minha vida. O agnosticismo caiu como uma luva quando me dei conta de que era um desperdício de tempo e energia mental me ocupar com questões religiosas quando o mundo está uma desgraceira. E nisso eu estava no meu primeiro ano de universidade, licenciatura em Letras. Bem, se passaram 9 anos e meio, três cursos superiores e infinitos amores. Eu continuo sendo essa coisa caótica, que nem pretende saber onde vai estar no dia seguinte. Meus interesses são tão profundos quanto efêmeros. Me apropriando das palavras de um amigo, "só posso amar o caminho"... Essa década foi terrivelmente fecunda na minha vida. Viajei o mundo, conheci mais gente do que consigo lembrar, distimia, depressão e psicofármacos, terapias, teorias, experimentações (principalmente com corpos alheios)... Sempre que eu sabia que algo daria certo, eu ia lá e chutava tudo. Porque o certo nunca me interessou, e sim o desconhecido, o frio na barriga... O constante movimento. Mas minha angustia principal sempre foi externa, sempre foi o mundo. Acho que então era invariável que eu caísse na política, de alguma forma. Movimento Estudantil, Conselho Municipal de Cultura, quem sabe um dia até filiação ao PSOL, único partido cuja atuação tem me demonstrado coerência (por mais que, neste momento, eu ainda tenha preconceito horrores com política partidária...). Só sei que cada vez menos eu tenho saco de conversar coisas alienadas, individualizadas, superficiais, inúteis e acríticas. Como eu disse, sou distímica. Ser rabugenta faz parte da estrutura que eu escolhi, construí, para ser minha.
Tem tanta coisa dita aí, mas tem tanto mais nas entrelinhas! Eu poderia dissecar com uma pinça cada letra ou palavra, e disso sair mais uma vida toda, um punhado de peças... peças deste quebra-cabeça doido que digita agora estas palavras...

Eu não sei mais o que fazer com tanta insônia. Eu não sei mais o que fazer com essa necessidade de dormir quando eu não quero, e estar acordada quando eu quero menos ainda. É tão maravilhoso existir sozinha neste horário em que todos estão dormindo. É um silêncio tão autístico. E empoderador... Enfim, castrações, castrações. Preciso dormir, porque senão não consigo existir no sentido que me é exigido e cobrado. Tenho deveres! Salvar o mundo não está na pauta de hoje. E as pessoas estão começando a acordar, então é realmente minha hora de fugir pra outro mundo só meu.

Por fim, deixo isto, tentando diminuir a minha frustração de não sentir que é possível ser/fazer qualquer coisa de grandiosa neste mundo:

domingo, 22 de maio de 2011

Happy birthday, Morrissey!

Esta postagem vai ao ar dia 22, às 22:22 (pelo meu relógio errado, tão errado quanto eu...).
Tem alguém aí feliz agora? Bem, vamos mudar isso!







You shut your mouth, how can you say I go about things the wrong way? I am human and I need to be loved, just like everybody else does...

domingo, 15 de maio de 2011

Astrologia ftw! \m/

Meldels, eu PRECISO relatar isso! Fiquei com isso na cabeça, essa coisa de estar me sentindo exatamente no mesmo lugar em que estava há 7 anos... Como boa detetive que sou, fui investigar. Fiz o mapa do céu daquele dia e o de ontem, buscando alguma semelhança entre os dois. Não foi nem um pouco surpreendente descobrir que Netuno de ontem ocupa o exato mesmo grau da Lua daquele dia, 02º de Peixes, fazendo quadratura aplicativa com minha Vênus natal, em 05º de Sagitário. As duas datas contaram com ângulo positivo de Lua e Saturno (em 2007 um trígono água - ar, ontem conjunção em ar). Meu próprio mapa conta com uma conjunção Lua - Saturno, e tem um texto excelente sobre o tanto que essa relação é forte quanto à temática de abandono/frieza/vazio emocional aqui. Também nas duas datas a Lua faz aspecto com algum dos 3 planetas na minha casa 8. Outra coisa em comum é a conjunção Vênus-Mercúrio caindo na minha casa 12, em oposição ao meu stellium na 6. Bem, mas esse último dado não é algo muito relevante, porque ocorre quase sempre por esta época do ano. Os outros são menos comuns, mas não me senti disposta a fazer o mapa de todos os meses de maio dos últimos 7 anos para calcular o grau de raridade de cada uma dessas coisas... Mas ainda fiquei com isso na cabeça... por que senti esse déjà vu com coisas de 7 anos atrás? Por quê especificamente 7 anos?

Tendo satisfeito minha curiosidade por ora, passei a ler outras coisas de Astrologia... E aí a sincronicidade fez seu trabalho! Vi num mapa de trânsitos mais longos que agora em maio estou entrando em uns aspectos fortes do trânsito de Júpiter (que dura +ou- de 12 anos). O texto que eu li sobre trânsitos dizia que as sementes plantadas a cerca de 7 anos atrás poderiam dar frutos agora!! *shock*

Ultimamente eu tenho tido uns sonhos diferentes dos de costume... Sonhos mais iluminados, com temáticas douradas, moedas de ouro, janelas abertas em casas bem iluminadas... Conforme a Psicologia junguiana, sonhos são ferramentas que podem ser usadas pelo Self para compensar uma identificação exagerada com um complexo (algum dos muitos pedacinhos de que somos feitos), em busca de uma individuação mais completa... Juntando tudo isso, entendo que trânsitos de Júpiter (especialmente oposições, pelo caráter de pressão) trazem essa temática de individuação, pressão interna do Self, num movimento de expansão de dentro para fora... Entendo que isso deve ser hermético em demasia para quem não tem conhecimento de estrutura psíquica pela Psicologia Analítica... Mas é uma pena, porque essa teoria faz sentido demais pra mim!
Enfim. Escrevi muito hoje, pensei sobre tudo isso muito mais ainda! Deve ser alguma coisa de Netuno... contemplativo... Mas eu precisava escrever. Agora que estou tirando férias forçadas da análise, preciso organizar meus pensamentos e meus processos, pra entender o que está acontecendo comigo. Como disse antes, não quero daqui a 7 anos me encontrar neste lugar novamente. Na verdade, não gostaria de permanecer assim nem até amanhã. Mas tudo isso me serviu pra decidir procurar o psiquiatra novamente, e voltar com a medicação, que larguei por volta de 2005. Se eu tivesse resolvido isso quando a demanda apareceu, ontem não teria acontecido. Mas antes tarde do que nunca, eu suponho....
Achei este texto num blog meu antigo, e me dói como uma facada no peito constatar que, apesar de tudo, de tantas idas e vindas pelo mundo, tantas coisas diferentes experienciadas e realizadas, que voltei para este mesmo horrível lugar, 7 anos depois. Por isso, passo esse texto para cá, na tentativa de entender o porquê, de entender o que fiz, o que venho fazendo, o que são essas repetições que eu busco, e mais ainda, na tentativa de que eu não volte a visitar este lugar daqui a 7 anos...


Sábado, Maio 22, 2004
Meu eu que vive dentro de mim está pendurada nas minhas costelas, socando meu peito por dentro e gritando "não faça isso comigo!" Ela está muito revoltada e seus gritos ecoam dentro da minha cavidade torácica. Mas eu permeço deitada em silêncio, imóvel, em minha cama. Ela chora e se debate e não consegue crer em minha passividade. Eu continuo deitada, melancólica e de aparência quase plúmbea. Espero que ela se canse de berrar dentro de mim... Ela torna tudo tão difícil. Preferia que ela entendesse. Não vejo porque relutar tanto! Eu a aprisionei dentro de mim. Às vezes sinto seus socos tão fortes em meu peito. Enquanto eu tento me contentar em viver do passado, ela quer mais. Ela quer viver do presente. (Eu tenho que encostar no meu piercing para ver que ele é real. Às vezes tenho medo de acordar e ele ter sumido, ter ido embora. Uma pessoa tão passiva e medrosa da vida não merece ter um piercing ou qualquer coisa do gênero.) Eu concordo com o que ela está gritando: "você é patética! Você não merece viver..." Eu quero ir (começa a tocar Smiths no rádio. Everyday is like Sunday. Everyday is silent and grey... Nem preciso dizer that I'm in tears...). Mas só eu sei como me sinto estando lá sozinha. Just like the big loser that I am. É uma passividade apática e mórbida que me paralisa. Não consigo mexer minhas pernas. Não consigo me mexer. Me encolho em minha cama e espero que o mundo acabe. E ela dentro de mim também chora. Ela não quer que eu desista tão fácil. Mas ela não entende... Eu não posso passar por isso novamente. Ficar lá sozinha, ver que as coisas nas quais acredito estão erradas. Que não tenho ninguém e que nunca conseguirei viver. O que ela vê como passividade eu vejo como autopreservação. Estamos chorando juntas. Ela está decepcionada comigo e me sinto mal por decepcioná-la. Agora vou começar a me arrumar, como se eu estivesse andando sobre areia movediça, apenas para que ela não pense que sou fraca. Mas sou. Não sei o que Eles me reservam. Novamente terei que pagar para ver. Só que não sei se valerá a pena...

. 5 hrs depois: Mais um episódio patético na minha vida patética... Tudo bem, já estou me acostumando...

sábado, 14 de maio de 2011

eu só queria saber uma coisa.... por que eu ando com tanto medo. justo eu! justo eu, que.... é. tenho saído correndo ao menor sinal de aproximação humana. depois me arrependo, fico com vergonha de mim mesma, com raiva, desagrado... mas não consigo evitar. tenho sentido como se todo mundo fosse um ímã com carga igual à minha... mas o contrário não parece ser verdade, porque pessoas continuam sendo atraídas por/para mim, quando eu me sinto repelida por elas. avoidance, that's what i feel. não sinto vontade de dormir à noite, e não sinto vontade de acordar durante o dia. sair da cama e sair de casa têm sido mais dispendiosos do que de costume. mesmo sabendo tudo racionalmente, entendendo os meus processos, e os externos... mesmo sabendo qual é o rumo das coisas, mesmo já conhecendo tudo tão intimamente... sinto apenas o ímpeto de evitar.

viver me dói tanto, existir me é tão cansativo! e ainda se fosse só isso, mas é tão mais! tem coisas... e tem pessoas! e tem as coisas das pessoas, que as pessoas fazem... as coisas que elas falam e não sustentam, as coisas que elas fazem e não sustentam, as coisas que elas incitam e não sustentam, as coisas em mim que vêm à tona, e eu já não sei mais o que fazer. e por isso eu me escondo. nos meus lençóis pretos, com meu travesseiro preto, sob meu edredom preto. eu sei que tudo vai dar certo, por isso eu fico em casa. eu sei que tudo vai dar em nada, por isso eu fico em casa. eu não quero mais nem saber como as coisas vão acabar. eu já não sei mais se eu me importo, com o quê, e por quê. e por isso... só por isso.... por tudo isso.... eu fico em casa...