terça-feira, 21 de junho de 2011

é como se mil facas cortassem minhas tripas por dentro... não consigo parar de gemer de dor... é uma dor diferente, como se tudo por dentro estivesse por explodir.... eu fico berrando em silêncio, mas você não me ouve. você dorme. como você consegue dormir enquanto eu morro? porque é você que me mata. "tantos sonhos morrem em poucas palavras. um bilhete curto... e já não há nada". foram as suas palavras que me esfaquearam bem no peito, bem ali, na única frestinha entre os pedaços de pedra.... eu tapo os olhos e os ouvidos e grito, mas a dor não passa. eu aqui, urrando de dor, e você não me ouve... eu sei que daqui a pouco eu vou secar de novo, e não vai mais nem ter pedaços pra juntar. mas agora, só a dor desesperante tomando conta do corpo... meus psicofármacos não têm força contra o que você me causa fisicamente. vou falar pro meu psiquiatra que to querendo me matar, pra ver se ele me dá algo mais forte. se ele me interna. se de repente meu corpo entende isso e pára simplesmente de continuar funcionando. mas é uma merda... "sobrevivente". tá escrito lá em cima na minha ficha... a minha pior dor é essa, não conseguir me dopar. não ter vícios, não ter fugas. é assim, cortar e ficar vendo sangrar, com os olhos presos para ficarem abertos, como o alex no laranja mecânica... eu não vou te ligar pra te contar que eu to morrendo, que eu to secando. não vou mais atrapalhar sua vida. eu não sei o que você aprendeu com tudo isso, mas sei o que eu aprendi: a não me relacionar mais com quem não compartilhe da minha "visão de mundo". isso eventualmente vira um problema. invariavelmente. "vá com deus, que o amor ainda está aqui..."



Despi Minh'alma Ao Deitar
Nos Braços De Nós Dois
Pra Ser Um Só
Você Nada Entendia
Que Tudo Te Esperava
Nas Horas Mais Sublimes
Do Meu Eu


quarta-feira, 15 de junho de 2011

eu deveria me sentir culpada por estar me sentindo bem? isso não é uma pergunta maldosa, é uma pergunta sincera, de coração aberto... eu me senti feliz hoje, e quase o dia todo... mas isso me deu um certo peso na consciência... eu devo me sentir mal pelo que eu sou? eu acho que é como me disseram, nós somos o que pudemos ser. eu não sou o que sempre quis, o que sempre sonhei, o que acho melhor, ou mais "correto"... eu sou o que eu consegui ser, o que sobreviveu. se isso machuca pessoas que eu amo, eu acho isso uma merda! mas eu só posso sentir muito, muitíssimo! bem-estar é um sentimento tão raro! eu não quero que isso seja às custas de outras pessoas, mas também não quero, aliás, quero menos ainda, que a minha infelicidade seja devido a outras pessoas. também não quero ser a causa da infelicidade de ninguém. mas não tenho ilusões quanto a achar que existe existência sem dor, ou relacionamento sem pessoas se machucando (umas às outras)... pode me chamar de utópica, e dizer que I go about things the wrong way... mas eu sou humana, e tenho me permitido ser humana cada vez mais! com todas as minhas imperfeições! eu não agüentei mais ser perfeita! é uma exigência cruel demais! há alguns anos já que eu resolvi parar de me cobrar isso. então eu sinto muito se eu consigo conviver melhor com o fato de eu fazer pessoas que eu amo sofrerem. e que o meu sofrimento é menor do que o delas, porque eu me anestesio, sem nem querer. não é como se eu fizesse de propósito! eu SEI que isso é errado, eu conheço as teorias. mas minhas dores simplesmente se desligam.... chame isso de fluoxetina, benzodiazepínico, ou de outro nome... eu vou responder que uma rosa é uma rosa... e se minhas escolhas forem erradas, e eu me arrepender.... é o risco que se corre estando vivo! eu já passei da fase de ter crise por isso, por ter que fazer escolhas e arcar com as conseqüências. talvez seja por isso que não me doa mais tanto. acho que eu consigo mais ficar feliz por o que uma história foi do que infeliz por o que ela poderia ter sido. I am human and I need to be loved just like everybody else does. por ora, me contento em ser humana, em ser o que eu consegui ser.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

é uma coisa mais ou menos no meio do peito, um nó na garganta, uma coisa estranha.... às vezes dói no peito, às vezes parece que a dor é na cabeça, às vezes eu fico tossindo como se quisesse pôr alguma coisa pra fora, mas não sai nada. aí vêm na cabeça as coisas que a gente queria ter feito, as coisas que a gente deveria ter feito, as coisas que a gente um dia mencionou a possibilidade de fazer... eu percebo que eu ainda estou brava com o pedro por ter terminado comigo antes de fazermos tudo o que havíamos planejado. meldels! acabo de constatar que, dois anos depois, eu ainda não me permiti sofrer pelo fim do meu relacionamento com o pedro! que pessoa bem fudida emocionalmente sou eu, que preciso me certificar de que estou assim tão longe de algo antes de poder sofrer??? será que não estou o tempo inteiro tentando tapar buracos deixados pelas pessoas, quando na verdade, o buraco real sou eu? de repente, me constatando disso tudo, puff... pára tudo de doer outra vez. lá estou eu, anestesiada de novo. la la la, como se eu fosse de pedra. nada. nem bom, nem ruim. só o silêncio....