quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Perséfone retorna do inferno

fazer tudo pela última vez. acordar às 6 da manhã. trocar de roupa, escovar os dentes, tomar café. correr pro ponto, pegar 2 ônibus, caminhar os corredores até a sala. sentar. ouvir. falar. a rotina que me fez sísifo. que me fez abrir mão de tudo o que eu amo. pela última vez. o último passo antes de me jogar do penhasco vertiginoso rumo ao que chamamos de liberdade.
tanta dor foi preciso pra que eu chegasse nesse ponto. não quero mais beirar o suicídio por causa de escolhas que fiz sentindo como se não as tivesse. precisei caminhar no inferno pra vislumbrar o fim do túnel: eu não preciso ser refém das minhas escolhas. eu posso jogar tudo pro alto se eu quiser. eu posso mudar. sempre que se fizer necessário. eu posso mudar de direção. eu posso me arrepender e voltar. e eu posso mudar novamente. eu não preciso ter medo de me arriscar, de errar, de me arrepender, de mudar de idéia. minha vida não é uma pedra a ser rolada morro acima eternamente...