terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A quem interessar possa... As Estações do Ano, as lendas de Perséfone, e afins....


O rapto de Prosérpina - Bernini, 1622


"Alegria endurecida, é tumor. Tempo derretido, é poema. Uma unha encravada poderia ter sido um poema." (Café Filosófico, Viviane Mosé e Nelson Lucero - http://bit.ly/4GeDnu).


E eu queria tanto fazer poemas com você. E músicas, e todo tipo de arte...

"O afeto exige expressão. Ele se manifesta, ou como câncer, ou como poema".

Eu acho engraçado certas pessoas falarem de afeto. Sendo que elas são hipócritas, levianas e não dão conta do afeto alheio (tudo bem, aceito trocar o permanente "são" pelo mais transitório "agem assim"...).

Eu me sinto mesmo filha de Ceres, a deusa da colheita, com Vênus florescendo dentro de mim. A única coisa que eu queria era espalhar amor pelo mundo. Mas o mundo não tem sido um terreno fértil para essas sementes. E aí, obviamente, elas apodrecem. É o ciclo vital (e Escorpião bem rege esse apodrecimento, que fertiliza, e dará lugar à vida novamente, tal qual uma Fênix).

Eu ofereço o que tenho de melhor e mais puro, mas as pessoas não vêem beleza no subsolo. Elas querem as flores, e as borboletas, mas esquecem que é das profundezas do reino de Plutão que vêm as pedras mais preciosas.

E Perséfone é obrigada a passar um tempo ao sol, sendo leve e colorida, e um tempo nas trevas, se recuperando dos espinhos das rosas, das ferroadas das abelhas, dos escárnios das lavadeiras. Lá, é rainha de seu reino, o reino das profundezas, o reino da justiça implacável, onde os preconceitos, as falsidades e os teatrinhos não podem mais ser encobertos, disfarçados pela retórica. Lá, amparada pelas Fúrias, pode dormir, em paz, ensimesmada, sem o risco das rasteiras e punhaladas nas costas, dos ditos e desditos dos malditos.


O Retorno de Perséfone - Leighton, 1891

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