No matter how much I run, I still feel the way that I'm used to. I'm still me, the one that shouldn't be.
Queria tanto que a minha mãe tivesse conseguido o que ela queria, que eu não existisse. Eu passei a minha vida toda tentando provar praquela ela dentro de mim que eu não era assim tão ruim, pra que ela me desse permissão para existir. E aí eu precisava ser cada vez mais, melhor, perfeita. Porque errar era ter que morrer, ser insuficiente, deixar de existir. Então, cresci com um déficit de amor irreparável, um buraco negro impreenchível como ser. E funciono no m.o. "me ame - me ame mais - me ame muito mais - você nunca vai conseguir me amar o suficiente, tchau".
É por isso que existir me cansa tanto... Porque eu não posso errar, e mais ninguém pode errar. Mas mesmo que as pessoas não errem, ainda não é o suficiente. E mesmo que eu não erre, eu não sou o suficiente. É um poço sem fundo, um buraco negro que suga todo o tempo e espaço... E eu tenho vivido só alimentando isso. (Eu sei que tem uma referência aí mas não consigo pescar... Viver para alimentar um ser que nunca se satisfaz... É de um filme isso, não é? Droga =/ )
Eu ia jogar o Tarot, mas eu nem preciso. Eu sei. Eu consigo novamente ler os sinais. Não é mais esse o problema. O problema é que eu não sei como, concretamente, mudar meu jeito de agir. De um modo que não seja simplesmente pantomímico, um simulacro de mim. Ok, anos de análise... Eu sei. Mas não consigo evitar sentir que estou fodendo comigo mesma cada vez mais. Eu já tive um superego, há não muito. Agora, funciono só no id, só no Princípio do Prazer. Minha tolerância a frustração tá no nível -3 mais ou menos. E se eu entrar em psicose, fico feliz. Porque assim consigo dormir acordada, fugir da realidade...
Engraçado como eu tive este insight... Estava comendo, pensando no tanto que me sinto inadequada e inept, com vontade de comer até explodir, daí a música Helena do Misfits ficava tocando incessantemente na minha cabeça... If I cut off your arms and cut off your legs, would you still love me anyway?... Why don't you love me anyway? Aí eu consegui me tocar que a música não era para quem eu estava pensando... era pra minha mãe! Então entendi a associação livre que meu inconsciente estava fazendo para me mostrar porque eu me sinto tão mal quando eu cometo algum erro... ("Por que você não me ama de qualquer jeito?") É tão verdade que o inconsciente só quer se fazer ouvido... É só prestar atenção com um pouquinho mais de cuidado que ele se revela...
sábado, 20 de março de 2010
But these things take time and I know that I'm the most inept that ever slept...
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Existir e inevitável, o ruim é saber o que fazer com a existência!
ResponderExcluir;)