terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Soneto de Maior Amor

decorei este poema em 99, qdo fazia teatro... fazia muito sentido na época. sempre fez muito sentido desde então. apareceu na minha cabeça agora. ainda não analisei pq, mas resolvi publicar mesmo assim. saudades de alguém que me lembra poesias...

Soneto de Maior Amor - Vinícius de Morais

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

sábado, 19 de novembro de 2011

Sobre a teimosia de não aprender o que já se sabe...

"Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência.Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Porque, apenas então, o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano. Mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento." Osho


Morte e renascimento... Temas escorpianos. Que o escorpião que tatuei na minha perna guie meus passos, o correr do meu rio, pra que eu não faça escolhas por fraqueza, comodidade e medo. Que a dor e a insegurança não paralisem meus passos. Eu só posso ter o futuro oceânico que eu mereço se eu perder o medo de deixar de ser apenas rio...


Mais ainda pra eu não esquecer, Tarot do dia: 6 de copas. A importância de refletir. Essa carta convoca "sua alma a se voltar para o passado, a fim de meditar e refletir a respeito de questões que ficaram mal resolvidas ou mesmo apegos que você ainda não superou direito." "Lembrar o passado é uma forma de evitar repetições infelizes..."

terça-feira, 13 de setembro de 2011

se você ama algo, deixe-o livre. se voltar, é porque você o cativou. se não voltar, é porque nunca foi seu....

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Vívido! Vívido! Vívido!" Perdera as contas de quantas vezes passara por isso. Mas repetia incessantemente para si mesma "Cérebro: guarde tudo isso o mais vívido possível!" enquanto tentava gravar aquela cena corriqueira com o maior número de detalhes possível. As cores, as placas das paradas dos ônibus, as pessoas andando de um lado para o outro, as pedras, as escadas, os cheiros, a fumaça, as texturas, e principalmente a textura daquela mão que na sua segurava. Por que escolhera essa cena, e não alguma das tantas outras, que pareciam até mesmo "escapar de um take de cinema"? Não há uma resposta para essa pergunta. A cena era essa. A mais corriqueira possível. Pela última vez.

terça-feira, 21 de junho de 2011

é como se mil facas cortassem minhas tripas por dentro... não consigo parar de gemer de dor... é uma dor diferente, como se tudo por dentro estivesse por explodir.... eu fico berrando em silêncio, mas você não me ouve. você dorme. como você consegue dormir enquanto eu morro? porque é você que me mata. "tantos sonhos morrem em poucas palavras. um bilhete curto... e já não há nada". foram as suas palavras que me esfaquearam bem no peito, bem ali, na única frestinha entre os pedaços de pedra.... eu tapo os olhos e os ouvidos e grito, mas a dor não passa. eu aqui, urrando de dor, e você não me ouve... eu sei que daqui a pouco eu vou secar de novo, e não vai mais nem ter pedaços pra juntar. mas agora, só a dor desesperante tomando conta do corpo... meus psicofármacos não têm força contra o que você me causa fisicamente. vou falar pro meu psiquiatra que to querendo me matar, pra ver se ele me dá algo mais forte. se ele me interna. se de repente meu corpo entende isso e pára simplesmente de continuar funcionando. mas é uma merda... "sobrevivente". tá escrito lá em cima na minha ficha... a minha pior dor é essa, não conseguir me dopar. não ter vícios, não ter fugas. é assim, cortar e ficar vendo sangrar, com os olhos presos para ficarem abertos, como o alex no laranja mecânica... eu não vou te ligar pra te contar que eu to morrendo, que eu to secando. não vou mais atrapalhar sua vida. eu não sei o que você aprendeu com tudo isso, mas sei o que eu aprendi: a não me relacionar mais com quem não compartilhe da minha "visão de mundo". isso eventualmente vira um problema. invariavelmente. "vá com deus, que o amor ainda está aqui..."



Despi Minh'alma Ao Deitar
Nos Braços De Nós Dois
Pra Ser Um Só
Você Nada Entendia
Que Tudo Te Esperava
Nas Horas Mais Sublimes
Do Meu Eu


quarta-feira, 15 de junho de 2011

eu deveria me sentir culpada por estar me sentindo bem? isso não é uma pergunta maldosa, é uma pergunta sincera, de coração aberto... eu me senti feliz hoje, e quase o dia todo... mas isso me deu um certo peso na consciência... eu devo me sentir mal pelo que eu sou? eu acho que é como me disseram, nós somos o que pudemos ser. eu não sou o que sempre quis, o que sempre sonhei, o que acho melhor, ou mais "correto"... eu sou o que eu consegui ser, o que sobreviveu. se isso machuca pessoas que eu amo, eu acho isso uma merda! mas eu só posso sentir muito, muitíssimo! bem-estar é um sentimento tão raro! eu não quero que isso seja às custas de outras pessoas, mas também não quero, aliás, quero menos ainda, que a minha infelicidade seja devido a outras pessoas. também não quero ser a causa da infelicidade de ninguém. mas não tenho ilusões quanto a achar que existe existência sem dor, ou relacionamento sem pessoas se machucando (umas às outras)... pode me chamar de utópica, e dizer que I go about things the wrong way... mas eu sou humana, e tenho me permitido ser humana cada vez mais! com todas as minhas imperfeições! eu não agüentei mais ser perfeita! é uma exigência cruel demais! há alguns anos já que eu resolvi parar de me cobrar isso. então eu sinto muito se eu consigo conviver melhor com o fato de eu fazer pessoas que eu amo sofrerem. e que o meu sofrimento é menor do que o delas, porque eu me anestesio, sem nem querer. não é como se eu fizesse de propósito! eu SEI que isso é errado, eu conheço as teorias. mas minhas dores simplesmente se desligam.... chame isso de fluoxetina, benzodiazepínico, ou de outro nome... eu vou responder que uma rosa é uma rosa... e se minhas escolhas forem erradas, e eu me arrepender.... é o risco que se corre estando vivo! eu já passei da fase de ter crise por isso, por ter que fazer escolhas e arcar com as conseqüências. talvez seja por isso que não me doa mais tanto. acho que eu consigo mais ficar feliz por o que uma história foi do que infeliz por o que ela poderia ter sido. I am human and I need to be loved just like everybody else does. por ora, me contento em ser humana, em ser o que eu consegui ser.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

é uma coisa mais ou menos no meio do peito, um nó na garganta, uma coisa estranha.... às vezes dói no peito, às vezes parece que a dor é na cabeça, às vezes eu fico tossindo como se quisesse pôr alguma coisa pra fora, mas não sai nada. aí vêm na cabeça as coisas que a gente queria ter feito, as coisas que a gente deveria ter feito, as coisas que a gente um dia mencionou a possibilidade de fazer... eu percebo que eu ainda estou brava com o pedro por ter terminado comigo antes de fazermos tudo o que havíamos planejado. meldels! acabo de constatar que, dois anos depois, eu ainda não me permiti sofrer pelo fim do meu relacionamento com o pedro! que pessoa bem fudida emocionalmente sou eu, que preciso me certificar de que estou assim tão longe de algo antes de poder sofrer??? será que não estou o tempo inteiro tentando tapar buracos deixados pelas pessoas, quando na verdade, o buraco real sou eu? de repente, me constatando disso tudo, puff... pára tudo de doer outra vez. lá estou eu, anestesiada de novo. la la la, como se eu fosse de pedra. nada. nem bom, nem ruim. só o silêncio....

terça-feira, 31 de maio de 2011


neste momento, não interessa o que eu escrevesse. ninguém seria capaz de entender. cada pessoa simplesmente vai pro seu canto. e bem, eu suponho, eu também sou uma pessoa. eu estou tomando remédios de tarja preta, benzodiazepínicos, pra dormir, e não estou com um pingo de sono. acho que esse fármaco só está tendo ação ansiolítica, e não hipnótica, porque eu me sinto calma e tranqüila fisicamente. e por dentro, um vazio que chega a fazer eco. uma dor tão forte e silenciosa. acho que tem um cemitério inteiro dentro do meu peito. e aí me volta o arquétipo da perséfone.... onde eu toco vira inverno. toda planta que começar a florir, vai murchar. metade do ano andando sobre a terra, metade de volta ao mundo dos mortos. mas não agüento passar pra frente o karma do que fizeram comigo! faço lutos por coisas que não foram, talvez nem nunca fossem. but in my heart, it was so real, and you even spoke to me and said... eu sinto todas as dores, que sequer são minhas. talvez por isso minhas tripas calem. acho que não sei falar. talvez minha neurose com as palavras, letras, vírgulas, seja para mascarar o fato de que eu simplesmente sou incapaz de me comunicar. the most inept that ever slept... e eu que achei que as entrelinhas seriam capazes de nos salvar. love will tear us apart. again.

what do we get for our trouble and pain? i need advice...


Actually, I mean...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Angústias de insônia, pré respostas de cabeça no travesseiro

Post de 2012, editado por engano e republicado hoje. Désolée. =/

Eu e minhas tantas angústias... Fiquei pensando muito, desde sábado, na questão do antropólogo/sociólogo Marcel Mauss e a dádiva. Nascer é contrair uma dívida, que nós passamos o resto da vida tentando pagar. Quando nós bloqueamos a circulação da dádiva é que adoecemos. Eu tenho uma relação fortíssima com temas de adoecimento e subserviência, devido ao meu stellium na casa 6. Eu sei já faz um bom tempo que não nasci pra viver pra mim, e sim pra algo maior. Crescendo numa família católica, tendo feito catequese e tudo mais, achei que meu chamamento era religioso. Pensei, mesmo, em ser freira. Foi só ficar um pouco mais velha, dando razão ao Piaget com seu Operatório Formal, que comecei a questionar algumas coisas. Eventualmente, percebi que o Catolicismo e o Cristianismo eram uma gigantesca bobagem. Avançando uns anos na história, deixei também de ser wiccan quando o punk entrou na minha vida. O agnosticismo caiu como uma luva quando me dei conta de que era um desperdício de tempo e energia mental me ocupar com questões religiosas quando o mundo está uma desgraceira. E nisso eu estava no meu primeiro ano de universidade, licenciatura em Letras. Bem, se passaram 9 anos e meio, três cursos superiores e infinitos amores. Eu continuo sendo essa coisa caótica, que nem pretende saber onde vai estar no dia seguinte. Meus interesses são tão profundos quanto efêmeros. Me apropriando das palavras de um amigo, "só posso amar o caminho"... Essa década foi terrivelmente fecunda na minha vida. Viajei o mundo, conheci mais gente do que consigo lembrar, distimia, depressão e psicofármacos, terapias, teorias, experimentações (principalmente com corpos alheios)... Sempre que eu sabia que algo daria certo, eu ia lá e chutava tudo. Porque o certo nunca me interessou, e sim o desconhecido, o frio na barriga... O constante movimento. Mas minha angustia principal sempre foi externa, sempre foi o mundo. Acho que então era invariável que eu caísse na política, de alguma forma. Movimento Estudantil, Conselho Municipal de Cultura, quem sabe um dia até filiação ao PSOL, único partido cuja atuação tem me demonstrado coerência (por mais que, neste momento, eu ainda tenha preconceito horrores com política partidária...). Só sei que cada vez menos eu tenho saco de conversar coisas alienadas, individualizadas, superficiais, inúteis e acríticas. Como eu disse, sou distímica. Ser rabugenta faz parte da estrutura que eu escolhi, construí, para ser minha.
Tem tanta coisa dita aí, mas tem tanto mais nas entrelinhas! Eu poderia dissecar com uma pinça cada letra ou palavra, e disso sair mais uma vida toda, um punhado de peças... peças deste quebra-cabeça doido que digita agora estas palavras...

Eu não sei mais o que fazer com tanta insônia. Eu não sei mais o que fazer com essa necessidade de dormir quando eu não quero, e estar acordada quando eu quero menos ainda. É tão maravilhoso existir sozinha neste horário em que todos estão dormindo. É um silêncio tão autístico. E empoderador... Enfim, castrações, castrações. Preciso dormir, porque senão não consigo existir no sentido que me é exigido e cobrado. Tenho deveres! Salvar o mundo não está na pauta de hoje. E as pessoas estão começando a acordar, então é realmente minha hora de fugir pra outro mundo só meu.

Por fim, deixo isto, tentando diminuir a minha frustração de não sentir que é possível ser/fazer qualquer coisa de grandiosa neste mundo:

domingo, 22 de maio de 2011

Happy birthday, Morrissey!

Esta postagem vai ao ar dia 22, às 22:22 (pelo meu relógio errado, tão errado quanto eu...).
Tem alguém aí feliz agora? Bem, vamos mudar isso!







You shut your mouth, how can you say I go about things the wrong way? I am human and I need to be loved, just like everybody else does...

domingo, 15 de maio de 2011

Astrologia ftw! \m/

Meldels, eu PRECISO relatar isso! Fiquei com isso na cabeça, essa coisa de estar me sentindo exatamente no mesmo lugar em que estava há 7 anos... Como boa detetive que sou, fui investigar. Fiz o mapa do céu daquele dia e o de ontem, buscando alguma semelhança entre os dois. Não foi nem um pouco surpreendente descobrir que Netuno de ontem ocupa o exato mesmo grau da Lua daquele dia, 02º de Peixes, fazendo quadratura aplicativa com minha Vênus natal, em 05º de Sagitário. As duas datas contaram com ângulo positivo de Lua e Saturno (em 2007 um trígono água - ar, ontem conjunção em ar). Meu próprio mapa conta com uma conjunção Lua - Saturno, e tem um texto excelente sobre o tanto que essa relação é forte quanto à temática de abandono/frieza/vazio emocional aqui. Também nas duas datas a Lua faz aspecto com algum dos 3 planetas na minha casa 8. Outra coisa em comum é a conjunção Vênus-Mercúrio caindo na minha casa 12, em oposição ao meu stellium na 6. Bem, mas esse último dado não é algo muito relevante, porque ocorre quase sempre por esta época do ano. Os outros são menos comuns, mas não me senti disposta a fazer o mapa de todos os meses de maio dos últimos 7 anos para calcular o grau de raridade de cada uma dessas coisas... Mas ainda fiquei com isso na cabeça... por que senti esse déjà vu com coisas de 7 anos atrás? Por quê especificamente 7 anos?

Tendo satisfeito minha curiosidade por ora, passei a ler outras coisas de Astrologia... E aí a sincronicidade fez seu trabalho! Vi num mapa de trânsitos mais longos que agora em maio estou entrando em uns aspectos fortes do trânsito de Júpiter (que dura +ou- de 12 anos). O texto que eu li sobre trânsitos dizia que as sementes plantadas a cerca de 7 anos atrás poderiam dar frutos agora!! *shock*

Ultimamente eu tenho tido uns sonhos diferentes dos de costume... Sonhos mais iluminados, com temáticas douradas, moedas de ouro, janelas abertas em casas bem iluminadas... Conforme a Psicologia junguiana, sonhos são ferramentas que podem ser usadas pelo Self para compensar uma identificação exagerada com um complexo (algum dos muitos pedacinhos de que somos feitos), em busca de uma individuação mais completa... Juntando tudo isso, entendo que trânsitos de Júpiter (especialmente oposições, pelo caráter de pressão) trazem essa temática de individuação, pressão interna do Self, num movimento de expansão de dentro para fora... Entendo que isso deve ser hermético em demasia para quem não tem conhecimento de estrutura psíquica pela Psicologia Analítica... Mas é uma pena, porque essa teoria faz sentido demais pra mim!
Enfim. Escrevi muito hoje, pensei sobre tudo isso muito mais ainda! Deve ser alguma coisa de Netuno... contemplativo... Mas eu precisava escrever. Agora que estou tirando férias forçadas da análise, preciso organizar meus pensamentos e meus processos, pra entender o que está acontecendo comigo. Como disse antes, não quero daqui a 7 anos me encontrar neste lugar novamente. Na verdade, não gostaria de permanecer assim nem até amanhã. Mas tudo isso me serviu pra decidir procurar o psiquiatra novamente, e voltar com a medicação, que larguei por volta de 2005. Se eu tivesse resolvido isso quando a demanda apareceu, ontem não teria acontecido. Mas antes tarde do que nunca, eu suponho....
Achei este texto num blog meu antigo, e me dói como uma facada no peito constatar que, apesar de tudo, de tantas idas e vindas pelo mundo, tantas coisas diferentes experienciadas e realizadas, que voltei para este mesmo horrível lugar, 7 anos depois. Por isso, passo esse texto para cá, na tentativa de entender o porquê, de entender o que fiz, o que venho fazendo, o que são essas repetições que eu busco, e mais ainda, na tentativa de que eu não volte a visitar este lugar daqui a 7 anos...


Sábado, Maio 22, 2004
Meu eu que vive dentro de mim está pendurada nas minhas costelas, socando meu peito por dentro e gritando "não faça isso comigo!" Ela está muito revoltada e seus gritos ecoam dentro da minha cavidade torácica. Mas eu permeço deitada em silêncio, imóvel, em minha cama. Ela chora e se debate e não consegue crer em minha passividade. Eu continuo deitada, melancólica e de aparência quase plúmbea. Espero que ela se canse de berrar dentro de mim... Ela torna tudo tão difícil. Preferia que ela entendesse. Não vejo porque relutar tanto! Eu a aprisionei dentro de mim. Às vezes sinto seus socos tão fortes em meu peito. Enquanto eu tento me contentar em viver do passado, ela quer mais. Ela quer viver do presente. (Eu tenho que encostar no meu piercing para ver que ele é real. Às vezes tenho medo de acordar e ele ter sumido, ter ido embora. Uma pessoa tão passiva e medrosa da vida não merece ter um piercing ou qualquer coisa do gênero.) Eu concordo com o que ela está gritando: "você é patética! Você não merece viver..." Eu quero ir (começa a tocar Smiths no rádio. Everyday is like Sunday. Everyday is silent and grey... Nem preciso dizer that I'm in tears...). Mas só eu sei como me sinto estando lá sozinha. Just like the big loser that I am. É uma passividade apática e mórbida que me paralisa. Não consigo mexer minhas pernas. Não consigo me mexer. Me encolho em minha cama e espero que o mundo acabe. E ela dentro de mim também chora. Ela não quer que eu desista tão fácil. Mas ela não entende... Eu não posso passar por isso novamente. Ficar lá sozinha, ver que as coisas nas quais acredito estão erradas. Que não tenho ninguém e que nunca conseguirei viver. O que ela vê como passividade eu vejo como autopreservação. Estamos chorando juntas. Ela está decepcionada comigo e me sinto mal por decepcioná-la. Agora vou começar a me arrumar, como se eu estivesse andando sobre areia movediça, apenas para que ela não pense que sou fraca. Mas sou. Não sei o que Eles me reservam. Novamente terei que pagar para ver. Só que não sei se valerá a pena...

. 5 hrs depois: Mais um episódio patético na minha vida patética... Tudo bem, já estou me acostumando...

sábado, 14 de maio de 2011

eu só queria saber uma coisa.... por que eu ando com tanto medo. justo eu! justo eu, que.... é. tenho saído correndo ao menor sinal de aproximação humana. depois me arrependo, fico com vergonha de mim mesma, com raiva, desagrado... mas não consigo evitar. tenho sentido como se todo mundo fosse um ímã com carga igual à minha... mas o contrário não parece ser verdade, porque pessoas continuam sendo atraídas por/para mim, quando eu me sinto repelida por elas. avoidance, that's what i feel. não sinto vontade de dormir à noite, e não sinto vontade de acordar durante o dia. sair da cama e sair de casa têm sido mais dispendiosos do que de costume. mesmo sabendo tudo racionalmente, entendendo os meus processos, e os externos... mesmo sabendo qual é o rumo das coisas, mesmo já conhecendo tudo tão intimamente... sinto apenas o ímpeto de evitar.

viver me dói tanto, existir me é tão cansativo! e ainda se fosse só isso, mas é tão mais! tem coisas... e tem pessoas! e tem as coisas das pessoas, que as pessoas fazem... as coisas que elas falam e não sustentam, as coisas que elas fazem e não sustentam, as coisas que elas incitam e não sustentam, as coisas em mim que vêm à tona, e eu já não sei mais o que fazer. e por isso eu me escondo. nos meus lençóis pretos, com meu travesseiro preto, sob meu edredom preto. eu sei que tudo vai dar certo, por isso eu fico em casa. eu sei que tudo vai dar em nada, por isso eu fico em casa. eu não quero mais nem saber como as coisas vão acabar. eu já não sei mais se eu me importo, com o quê, e por quê. e por isso... só por isso.... por tudo isso.... eu fico em casa...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

T-t-t-t-t...

como o tarot é cruel.... passei a última hora consultando as cartas sobre diversas situações, principalmente questionando sobre o significado delas (até porque eu não aceito nem nunca aceitei conselho de ninguém nem de nada. o que eu busco é um auxílio na compreensão pra que eu possa tomar minhas próprias decisões. existencialismo, manolo! \m/ ). eu tive alguns insights interessantes enquanto me concentrava pra jogar. percebi que eu to sempre pensando em terminar minhas relações e nunca, nunca mesmo, em décadas, saiu algo no tarot apoiando essa minha compulsão por terminar relacionamentos. com o pedro, eu perguntei diveeersas vezes se eu deveria terminar. e nunca saiu nada que levasse a crer que sim. até o dia em que ele terminou comigo. e diferente do que eu faço, de enrolar, terminar, voltar, enrolar, terminar, voltar, o terminar dele foi definitivo. foi um corte único com uma navalha afiada. aliás, com um sabre de luz, cicatrização quase que instantânea. umas duas ou três semanas depois que ele terminou comigo, conheci e me ceguei por outra pessoa. e lá se vai um ano e meio.

bem, outra coisa que percebi, enquanto pensava sobre alguém específico e reincidente, me perguntei qual era a função dessa pessoa na minha vida. alguém de quem já gostei muito, mas por quem já sofri muito também. sei lá, me chamem de gato escaldado. acabei percebendo que as reaparições dessa pessoa costumam acontecer em pontos específicos dos meus namoros e ter um certo papel importante.

eu tenho alguns vínculos estranhos... aliás, o que eu tenho mesmo é uma relação estranha com meu próprio passado. eu digo que sou muito decidida, que resolvo as coisas e pronto, e vou em frente. é bem verdade. porém, relativamente. quando termino com alguém, não me dói mais. tenho essa certeza bem pulsante em mim do tanto que o mundo é um lugar enorme, com surpresas inimagináveis esperando logo ali na esquina. porém, meu passado é uma entidade bem viva... as coisas lá não costumam ficar enterradas para sempre. e de tempos em tempos eu retomo coisas que ficaram pendentes. voltar a me relacionar com pessoas do meu passado é quase como entrar em um delorean para corrigir coisas, criar realidades paralelas onde eu tenho maior controle sobre a minha vida, onde posso consertar alguns erros dolorosos...

as cartas me mostram que tem uma pessoa que se envolve comigo por integridade aos seus princípios pessoais. outro, por completa luxúria e hedonismo. em outra pessoa, eu causo elevação espiritual. caramba! não é à toa que eu gosto tanto de me relacionar! se eu, que sou só uma, sou capaz de proporcionar coisas tão distintas...

apareceu também um negócio de "golpes na auto-estima", indicando que mesmo pegando o delorean para, hoje, mudar o ontem, talvez estejamos fadados à repetição. porque somos o que somos. vejo isso aparecendo nos carteados, a eterna repetição. mas nós não mudamos, não evoluímos? aqui eu enxergo a imagem da sinastria. independente de como os símbolos se traduzam, eles são sempre aqueles. símbolos são dinâmicos e estáticos de uma só vez, fluidos e petrificados.

e ainda faltou um. 9 anos. e eu ainda não tenho a mínima idéia do que isso tudo significa. caramba! eu acabei de me ligar... o resto todo sempre foram deslocamentos >_< bah, isso dói até em mim =(

a vida é um eterno "tentar ter de novo aquele breve momento"...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Despertar?

Despertar é isso: ter sua vida tomada por sincronicidades, como o mundo dando um tapa na cara constante para demonstrar que isso que se convencionou chamar de realidade é apenas uma parcela ínfima do que "realmente" existe; subitamente, começar a encontrar a seqüência de Fibonacci e a razão áurea em tudo ao redor. Lembra-me do filme 23, ou qualquer outro conspiratório. Não é à toa que os que despertam sozinhos têm maiores chances de se tornarem desauridos. Essa coisa toda pode ser muito esmagadora... (Hmm, vontade de ler Bukowski) É, é bem isso que eu tenho sentido, essa coisa estranha nos últimos dias. Como se eu estivesse despertando. Bem que eu nunca achei muito plausível essa coisa de vir um senhor salvador explicar como é o mundo e as supostas leis do universo. Ou essas tais coisas se desvelam por conta, ou são experiências sensoriais próprias do autodenominado messias. Isto é, as experiências são idiossincráticas - como cada um com seu orifício anal.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Brilho esvanecido de uma mente cheia de lembranças

faz dias que estou me enrolando pra postar alguma coisa aqui... meu inconsciente anda fervilhando... mas é coisa demais. estou com outro blog tbm, o garota-psykoze.blogspot.com, que é para resenha de filmes. mas eram coisas pessoais, as que eu queria dizer aqui. sei lá, tudo anda meio doido. hoje foi um dia doido, seguindo um fim de semana doido... só quero deixar uma coisa, para não esquecer:
antes tarde do que nunca, ou já posso morrer agora. acho que essa coisa toda de ficar tanto tempo sem dormir está fodendo meu cérebro (mais ainda)... me parece que minha percepção temporal anda afetada. hoje, coisas que duraram pouco tempo me pareceram eternidades. minha análise, de uma hora, durou mais de duas décadas. uma conversinha na porta da sala, alguns anos. uma conversa pelo telefone, mais uns anos ainda. e aí já são 6:30 de amanhã.
fico agoniada de pensar que tenho amigos... tenho pessoas que me pedem para visitá-los, me ligam, me mandam emails que não respondo... eu não sei o que se passa comigo! eu queria me esconder embaixo da minha cama de quando eu tinha oito anos. ou no topo das minhas árvores que já não existem mais. muitas lembranças vêm vindo atravessadas. a priscila disse que é porque muita coisa ficou perdida sem sentido, sem amarração. não, não foi isso que ela disse. agora eu não consigo mais lembrar =( mercúrio em áries cai na minha 12, oposto a sabe-deus-o-que, tudo e o mundo meus, aí eu fico com o cérebro assim, avariado. eu preciso de férias. mas eu já estou com a corda no pescoço quanto às minhas faltas. que fazer?? tudo parece tão falso depois deste fim de semana verdadeiro. ressignificação do que importa, reestabelecimento de lugares. vou me esforçar para cuidar melhor das amizades. mas do corpo.... não sei. preciso. mas percebo que ainda não consigo. isso deve estar servindo para alguma coisa outra...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

nossa... eu to com tanta raiva que meu estômago tá fervendo... dá a impressão de que o suco gástrico vai corroer meu estômago, abrir um buraco na minha barriga e corroer todo o meu corpo! eu não aceito ser enganada, o mínimo que seja! eu sei... eu sei tudo isso há anos. se você sabe que uma pessoa mente pra alguém, nada pode garantir que aquela pessoa não mente pra você também. se uma pessoa engana alguém, não se pode ter certeza que ela não engana você também.
mas não.. vc vive, tem um monte de experiência, e acha que aprende com as coisas, que a próxima vez será diferente. quer dizer, é diferente. e eu aprendi. eu terminei antes de toda a merda. mas é pq inconscientemente eu sabia q algo não batia... sei lá se eu tinha medo de pensar direito a respeito. só sei que duas semanas depois eu pensei. eu fui pensando, e os pontos cegos foram se completando... aos poucos... mas porra! eu me considero psicanalítica, como pude deixar certas coisas importantes passarem?? ela ser uma completa idiota é uma coisa. agora eu não perceber? inadmissível!
ele mentiu pra todo mundo! pra ela, pra ele mesmo, pra mim... e eu só não vi antes pq não quis, meu deus...
tudo o que ele falou dela... ela é idiota e digna de pena, então isso tudo é até compreensível. mas a gente nem viu o q ele tava fazendo também! acho q, no fundo, no fundo, a gente tinha noção do tamanho da merda, então preferimos nem parar pra ver. mas qdo eu parei, eu vi. tava ali, sempre esteve ali.
confesso que foi a ilusão mais concreta q eu já senti. parecia tão real. rá. é tão real qto a névoa q tem feito toda manhã... tão palpável qto.
eu me acho tão paranóica... então sempre que chegava perto de começar a desconfiar de alguma coisa, eu me dizia pra parar com isso. e ia me perdendo nos nossos teatros...
mas a diferença entre nós 3 é que vocês dois conseguem agüentar o teatro e a ilusão por um bom tempo. hunf, é a realidade de vocês! mas eu não sou assim. eu sou transitória demais pra isso. as coisas concretas perduram, não por esforço meu, mas pela tangibilidade da coisa. e o q não tem raiz, vai embora com o vento que eu faço qdo me movimento.
a verdade é que as pessoas sempre se mostram com o tempo. vc não precisa especular. é só esperar. as relações, e as pessoas q fazem parte dela... tudo fica claro pra quem quer ver. e quem não quer, continua até o nariz na merda em que sempre esteve.
mas é bem isso mesmo... quem tá atolado na merda não conseguiria reconhecer um diamante nem que ele estivesse com um outdoor em forma de flecha, piscando com luzes neon.
eu sempre sei qdo as coisas atingem um nível de estagnação no qual vale mais a pena mudar do q insistir. aliás, sempre não. pq eu apanhei muito pra aprender. ainda não to perfeita nisso, mas essa situação me fez ver q meus instintos são ainda melhores do q eu imaginava. é claro q, racionalmente falando, eu deveria ter ido embora bem antes. mas eu to aprendendo. um dia ainda vou poder dizer q detectei o furo do barco o mais cedo possível e pulei fora do barco furado bem na hora certa.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Open your eyes...

I just realized now... I'm never gonna be happy.
I just realized now... I'm never gonna have the friends I'd like.
I just realized now... I will never live on my own.
I just realized now... I will never surpass myself.
I just realized now... Things are only gonna get tougher.
I just realized now... Things are always far away dream.
I just realized now... It's all a mist, it has always been.
I just realized now... I'll never get the things I'd want. It doesn't matter. Even if I could, I'd never wish for the right things ou best things anyway.
I just realized now... I'm half dead.
.
.
.
And I don't know what's with the other half.