segunda-feira, 11 de julho de 2016

sobre os textos bonitos, com as cerejeiras e os ipês....

e eu, que tinha textos tão bonitos sobre você florescendo dentro de mim, junto com as cerejeiras e os ipês, porque havia se feito primavera desde que você se aproximara....
e eu, que queria ser a pessoa que você via, naquelas palavras tão bonitas que você usava para falar de mim....
e eu, que acreditei quando você disse que não havia dificuldade nenhuma nisso, então me abri, me expus, e me apeguei ao que você dizia, mais do que às minhas percepções confusas e desconexas...
você achou que eu soubesse, quando eu não sabia. "é por sua causa. só sua". as palavras ecoam e me machucam. não deu tempo nem de publicar algum dos textos bonitos, antes de ouvir um "talvez. ou não" tão recheado de descaso da sua parte.
não consigo entender qual é o prazer de me levantar tanto para me jogar para baixo depois.
não consigo entender o prazer nos joguinhos, no fort-da, nas ações que considero como conclusões sem saber da minha parte.
eu não consigo lidar com essa coisa de quente-frio, perto-longe, esconde-esconde. eu me abri. eu me deixei mostrar. e queria mais. queria que você me conhecesse. queria ficar perto de você. pelo visto, quis demais. eu sou a rainha de espadas. a pedra de gelo. a psicopata. devo me retirar do contato da sociedade e parar de causar mal para os outros - porque eu devo causar muito mal mesmo, para merecer tanta rejeição, tanta migalha, tanto vácuo e ausência das pessoas de quem eu gosto.


quarta-feira, 11 de março de 2015

Maldita pós-modernidade que me faz sentir vontade de expressar para pessoas desconhecidas que, hoje, eu fiz omelete vegana de resíduo de leite de avelã e depois tomei injeção de profenid na bunda.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

no escape from the haunted house

i'm not okay. i haven't been since you left me. 2 yrs ago. you don't talk to me. it's like i don't exist. you're a selfish cheating lier, still you haunt me. you're the ghost of past christmas in hell. and you haunt me. day and night. you walk with me. you talk to me. you just don't listen. waiting for the tick to turn blue... waiting... waiting... waiting. for your crumbles.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Perséfone retorna do inferno

fazer tudo pela última vez. acordar às 6 da manhã. trocar de roupa, escovar os dentes, tomar café. correr pro ponto, pegar 2 ônibus, caminhar os corredores até a sala. sentar. ouvir. falar. a rotina que me fez sísifo. que me fez abrir mão de tudo o que eu amo. pela última vez. o último passo antes de me jogar do penhasco vertiginoso rumo ao que chamamos de liberdade.
tanta dor foi preciso pra que eu chegasse nesse ponto. não quero mais beirar o suicídio por causa de escolhas que fiz sentindo como se não as tivesse. precisei caminhar no inferno pra vislumbrar o fim do túnel: eu não preciso ser refém das minhas escolhas. eu posso jogar tudo pro alto se eu quiser. eu posso mudar. sempre que se fizer necessário. eu posso mudar de direção. eu posso me arrepender e voltar. e eu posso mudar novamente. eu não preciso ter medo de me arriscar, de errar, de me arrepender, de mudar de idéia. minha vida não é uma pedra a ser rolada morro acima eternamente...


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


o inferno é suave, meu bem. já fui e voltei tantas vezes que conheço o caminho de cor. suas torturas são, portanto, um doce gracejo. já tomei café com o diabo e, apesar de não ter apostado minha cabeça, já a perdi tantas vezes que precisei recuperá-la com injeções. você não iria entender. vc se irrita com as verdades que eu falo. se cala. se esconde. diz que eu não sei do que estou falando. responde por metáforas, poemas, evasivas, músicas ou pixações... repudia tudo o que nos une. faz piada, se defende, me tortura. e o eterno retorno. te incomoda, mas eu direi sinto muito, eternamente. mas não pelos motivos que você acha. afirma que não, mas se mantém tão forte em suas certezas que todo o resto passa a ser uma mentira pra você. tão simplista sendo tão complexo. desrespeitamo-nos um ao outro na delícia desse vínculo sádico, enquanto você mente pra si mesmo querer ser saudável.

Nay, but to live
In the rank sweat of an enseamed bed,
Stew’d in corruption, honeying and making love
Over the nasty sty

eu sinto muito pelas palavras que eu escolho, pelas decisões que tomo, por topar brincar eternamente de fort-da com você (e você comigo...). e, mais uma vez, eu sinto muito, muito mesmo, mas eu continuo aqui.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Marcha das Vadias Cwb 2012


 esse momento da minha vida vale uma resenha... mas eu sou o (a)cúmulo da preguiça, então o tempo passou e je n'ai pas écrit rien. férias de julho de 2012... depois de uma viagem bem agradável pra porto alegre, estreitando vínculos e tornando conhecidos e amigos distantes em amigos, outra viagem, pra curitiba. marcha das vadias, na qual a energia da causa me tomou de uma forma que me levou a, também, mostrar os peitos pela igualdade e contra o machismo e a violência! empoderamento, apropriação do corpo, auto-aceitação e respeito, força, liberdade, luta... são algumas palavras limitadas que ajudam a descrever um pouco do que senti. quem me conhece sabe como sou pudica, não andando nem com os joelhos aparecendo, nem mesmo no verão... a relevância que creio incontestável dessa marcha e suas pautas me deixaram muito confortável na minha própria pele e nudez. eu, que sou tão pequena, me senti gigante gritando contra o machismo no meio daquelas mais de 5 mil pessoas, por algumas das ruas mais movimentadas da cidade. e, enquanto isso, segue a organização da nossa, dia 11...
na seqüência, congresso de educação e cultura pela integração da américa latina (cepial). participei por 4 dias de um curso de ecofeminismo. ♥ então eu, que nunca nem me vi como feminista, me entendi, instantaneamente, como ecofeminista! isso fez sentido de uma forma tão completa, como há muito nada fazia. o curso foi uma vivência tão profunda e alteradora de paradigmas, lançando luz em conexões que eu ainda não havia feito...
essas férias caminharam na direção do que venho sentindo há já um certo tempo, me colocando ainda mais em um estado de gratidão pelas experiências que a vida tem me proporcionado. não que tenha acontecido alguma mudança revolucionária na minha vida. mas me sinto mais completa, mais viva, mais real...
me sinto grata pelas coisas que têm entrado, saído ou, especialmente, permanecido em minha vida. no começo deste ano, tornei-me vegana. entrei para um grupo de ativistas pelo abolicionismo animal. organizei o XXI encontro regional de estudantes de psicologia do sul. estou dando conta, satisfatoriamente, de 3 estágios no meu último ano de psicologia. estou organizando a I marcha das vadias de pg. estou solteira pela primeira vez em 7 anos e mantendo relacionamentos maduros, saudáveis e sinceros com quase todas as pessoas da minha vida, incluindo a minha mãe (coisa que nunca imaginei que aconteceria!). perdi algumas boas oportunidades, especialmente algumas de aprender a encarar, respeitar, entender e integrar as minhas dores, optando algumas vezes pela fuga (geralmente, na minha cama...). mas 1x por semana tem a terapia, com a terapeuta mais fodona que o mundo poderia me proporcionar, e aí eu preciso me tornar dona da minha vida, das minhas escolhas e desejos... e assim vou ficando cada vez mais rica e completa, sendo cada vez mais agradável viver na minha própria pele... eu tenho sorte, muita sorte mesmo, e, creio, muitos pontos kármicos. entre tantas possibilidades de existência, eu sou aqui e agora, dedicando minha vida a um mundo mais respeitoso, igual e livre para todos os seres. e as dores, incertezas, inseguranças, incompreensões, solidões, ansiedades, faltas, desencontros, e afins também têm sua beleza agridoce, me mantendo viva, às vezes no inferno, às vezes no mundo real... estou aqui, literalmente de peito aberto, para que seja tudo o que pode ser. e o que não pode ser, também é.

Breakin' down

What was it you once said
That there would be things in life that couldn't be...
Not for a second did I believe you, Not for a minute did I believe that

Within your need, you lie alone
This empty space you call your home

If you just let me in
I wouldn't let you break down
'Cause I'm breakin' down

As if you thought the rain could wash away the day
And could heal you
Not for a second did I believe it, Not for a minute did I believe that

Within your need, you lie alone
This empty space you call your home

If you just let me in
I wouldn't let you break down
'Cause I'm breakin' down

terça-feira, 3 de julho de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

s2s2s2s2

então... hj é aniversário de uma pessoa muito importante pra mim. é até difícil escrever qualquer coisa sobre esse cara, que tem acesso direto à minha alma e vai ser, no que depender de mim, trilha sonora até da minha morte. forte militante pelo vegetarianismo e direitos animais (ainda podia ser vegano, né??), geminiano com lua em escorpião, usa sua voz e suas palavras pra cantar sobre as profundidades mais depressivas da alma humana... as letras dele se encaixam perfeitamente nos momentos mais importantes e desoladores da minha vida e narram muitas das histórias que vivi. não saio mais na rua sem a companhia da voz dele, que é tbm toque do meu celular, rs... amo muito, muito mesmo.
além de tudo isso, essa data marca uma coisa importante, o que o torna ainda mais relevante pra mim...
segue uma música que dói, dói muito. e que tem uma das minhas melodias preferidas! essa escalinha de guitarra é matadora!! vida longa ao morrissey!

 

terça-feira, 1 de maio de 2012

A morte senta na cadeira à minha frente e observa


Despida de minha mocidade, assisti à decrepitude chegar. Levou-me as vistas, levou-me a feição, levou-me os anos. Levou-me as vestes, levou-me os sonhos, levou-me as lembranças. Restaram o silêncio, as rugas e a frígida insônia invernal. A chama trepidante espalha seus raios finais. No jazigo carcomido, repouso e ressono, com o canto distante dos pássaros que desconhecem o vazio de não deixar de existir.

domingo, 29 de abril de 2012


Criatura abortada, morta em seu vir-a-ser

A noiva abandonada no altar
O buquê de pequenas rosas apodreceu
O terno risca-de-giz do noivo mofou
O feto permanece imerso em seu berço de formol
esperando o sopro divino, raio de vida que lhe abrirá os olhos
para um mundo que nunca viu.

Pequena aberração
tão desejada pelos pais
rejeitada por deus e pelo diabo.
Quando a noite é silenciosa,
posso ouvir seu coração titubear.

O túmulo putrefato da existência é o útero que se faz seu ninho
O aroma agridoce da podridão anuncia
que sua hora está chegando...
Você já pode ver a luz?
Seu pai irá voltar.


...


E agora, José?
O buquê secou
O noivo morreu
A noiva ficou esquecida
O feto não nasceu
A vida prosseguiu
Mas não para eles
O mundo continuou a girar.
Rosas e escombros.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mas que bobagem... As rosas não falam...

« Ela me perfumava e me iluminava...
Não devia jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis.
São tão contraditórias as flores!
Mas eu era jovem demais para saber amar ».
Antoine de Saint-Exupéry